Carolina Maria – “Be the change you want to see in the world”

  1. Quando decidiste alterar a tua alimentação e qual foi a razão?

Foi há cerca de dois anos. Sempre tive muito acne na zona T do rosto e estava a fazer uns meses que tinha ido à consulta no hospital em que o médico me receitou uma medicação super forte, bem como uma pílula igualmente fortíssima. Por um lado, estava satisfeita com o resultado, mas por outro não. Já não conhecia mais o meu corpo, principalmente a minha pele, estava mais seca que o deserto. Foi ai que me deu um click, tinha que haver alguma solução natural. De um dia para o outro larguei a pílula e a medicação (todo o tipo até hoje) e comecei a pesquisar…

  1. Por onde é que começaste? Aconteceu de um dia para o outro, ou foi um processo?

Não aconteceu de um dia para o outro, mas quanto mais descobria sobre os alimentos, mais coisas punha de parte. Primeiro deixei os lacticínios radicalmente, depois carnes vermelhas, carne no geral, e por fim o peixe. Isto num espaço de meio ano.

  1. Qual é que foi o alimento / ingrediente mais difícil de largar?

Foram os panados! 🙂 Quando chegava a casa as 6 da manhã e tinham sobrado do jantar deles .

  1. Qual é o tipo de alimentação que tens hoje em dia? Podes descrever um dia a dia normal?

Nas últimas semanas não tenho tido uma alimentação muito equilibrada confesso…

O meu pequeno-almoço varia muito, tanto há dias que acordo com uma fome que parece que tenho vontade de comer este mundo e o outro, como há outros que fico bem com uma peça de fruta. É qualquer coisa como:

Papas de aveia com fruta e sementes (pode parecer um pouco aborrecido dito assim, mas todos os dias as sementes e a fruta é diferente). Nos dias de pressa é um sumo (fruta, água e spirulina). Às vezes lá vai a bendita torrada e o café, mas é cada vez mais raro.

Almoço/jantar: Sopa (se tiver), depois o resto é imaginação tentando sempre a conjugação do hidrato+leguminosa(proteína)+legumes/vegetais. Por exemplo, uma massa ao alho, uns hambúrgueres de feijão e uma salada de tomate… Devo dizer que é raro comer aquelas coisas para vegetarianos caríssimas.

No intervalo das refeições frutinha, legumes, biscoitos e bolos (homemade).

  1. Tens algum ingrediente/receita que antes desconhecias e que agora simplesmente adoras?

Tantos… Assim rapidamente Óleo de coco (uso para tudo e mais alguma coisa e já não passo sem ele).

Depois de comida, temos o tomate seco, a levedura de cerveja, a bendita farinha de alfarroba, gengibre (aliado numero 1 do meu sistema imunitário)… São mesmo muitas coisas!

  1. Como é que fazes quando comes fora? Tens algum lugar preferido?

Aqui na minha cidade (Vila Real) fica difícil… Sinceramente, quando comecei esta jornada evitava ter que ir jantar fora para não ter que passar por isso. Entretanto fui de Erasmus para Cluj, Roménia e lá havia imensos restaurantes vegetarianos, e mesmo os que não eram, tinham sempre essa opção. E apercebi-me que não era um bicho de sete cabeças, eles com coisas muito simples faziam entradas e pratos extraordinários, coisas que já fazem parte da alimentação deles. Dava-me gosto ir comer fora porque sabia que ia sempre experimentar algo delicioso. Agora aqui a história é outra, sempre que vou a um restaurante e eles não tem opções pergunto se me podem fazer uma coisa simples (legumes salteados, arroz e salada), mas uma coisa é certa, como melhor em casa 🙂 .

  1. Notas alguma diferença na maneira como te sentes antes e depois da alteração da alimentação? A nível físico, mental, emocional?

Sim, totalmente! Em todos os aspetos e mais alguns! A nível físico noto que já não tenho tantas oscilações de peso como costumava ter. O meu problema do acne desapareceu totalmente (sou capaz de ter uma borbulha ou outra, mas mais quando me meto nos fritos e no álcool 🙂 ). A nível emocional sinto-me tranquila, vícios como roer as unhas até desapareceram! Este tipo de alimentação deixou-me mais compassiva, mais tolerante, mais carinhosa… Trouxe muita coisa de bom! Mas gostava agora de começar outra viagem, a dos crús, e depois ai, falar do aspeto emocional, porque acredito que seja tudo ainda mais profundo.

  1. Quais foram as reacções da tua família? Moras com alguém, eles também alteraram os hábitos alimentares?

Ui… Não foi fácil, aliás acho que foi das coisas que mais me atrasou na minha decisão, foi “a sociedade”. Neste momento a família no geral já se habituou, a minha irmã chegou a tentar a 100% mas sem sucesso, a minha mãe igual, o meu pai… Tento todos os dias, pelo menos que ele tenha uma alimentação mais saudável, que tome o pequeno almoço, coisas simples.. Mas nem assim..  O meu namorado, acabou por deixar de comer carne por minha influência, pois ficou rendido aos petiscos veg 🙂 e apesar de nessa altura a gente fosse apenas amigos, foi das primeiras pessoas que eu consegui que se juntasse à causa, o que me fez aperceber que eu podia mudar pelo menos quem estivesse à minha volta, o que me deixou muito orgulhosa de mim e dele também!

  1. Tens alguma mensagem que queres deixar?

Neste tempo aprendi que ninguém deve ser pressionado a nada, as coisas quando tem que acontecer acontecem, não vamos conseguir mudar ninguém só porque nós queremos. Vai haver um dia em que as pessoas vão ter um click e aperceberem-se de que não faz sentido nenhum comer animais!

Até lá, vamos mostrando o nosso testemunho, falar da nossa alimentação e do nosso estilo de vida aos nossos amigos, colegas, conhecidos, falar também de outros aspetos que não tem a ver com alimentação, mas que estão diretamente relacionados com a sustentabilidade do planeta.

No meio de 20 há sempre alguém que nos escuta e que toma consciência do que dizemos, a mim já me aconteceu por várias vezes, e não há coisa eu me deixa mais feliz!

“Be the change you want to see in the world”

  1. Tens algum blogue ou página onde as pessoas te podem encontrar?

Não tenho página, apenas o meu perfil do Facebook.

Autor: Gabriela Mircea

Nascida na Roménia e a viver em Portugal há 20 anos, a tentar recriar e reinventar receitas tradicionais romenas vegetarianas

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